segunda-feira, 5 de maio de 2014

Desertinho

A idéia era antiga mas um medo tolo me fazia recuar toda vez que pensava em passar minhas gorduchinhas para o chão. É como se elas fossem abandonadas. Não sei, de certo modo cultivar essas plantinhas em vasos me dava mais segurança.
Mas então, não mais que de repente, resolvi por em prática meus planos. O cantinho do quintal, aquele que o sol arde o dia todo, já estava escolhido. Então no carnaval me dediquei a criar meu jardim árido. Passei boa parte da coleção para o chão. Semanas depois vieram, atrasadas, as chuvas de março. Só pensava em apodrecimento, fungos e outros problemas que o excesso de água traz à essas plantas. Mas para minha alegria nada disso aconteceu. Todas as plantas, sem excessão, estão muito mais bonitas e se desenvolvendo super bem. Parece que sempre estiveram ali!










Terrários II

Meus últimos terrários.





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

muita luz e pouca água

Não tem como não se apaixonar por esses vidrinhos cheios de vida. Todo pote, jarra, copo, tijela e tudo mais que for de vidro que vejo na minha frente imagino paisagens dentro deles. A regra básica é molhar bem pouco e deixar os terrários em locais que possam receber luz solar. 
Taí minhas primeiras experiências com terrários. 










quinta-feira, 1 de novembro de 2012

suculenta no copo

Vi essa idéia no blog Cheiro de mato e fiquei encantada. As suculentas surpreendem por sua  força e versatilidade. Escolhi um copo com diâmetro mais largo e uma pequena Aortia para tentar fazer igual. 
Ficou desse jeito:



Coloquei argila expandida no fundo do copo para absorver a água (já que o "vaso" não tem furos para a água escoar), depois pedras e areia misturados e por fim substrato para suculentas que preparei com terra vegetal, húmus de minhoca, areia e fibra de coco. 

O "solo"poderia ter ficado bem menor, com a planta lá em baixo que ficaria mais bonito, mas fiquei preocupada de não ser o suficiente e quando fui ver o copo estava cheio! 

Não achei a postagem do blog Cheiro de Mato para linkar aqui. Mas uma pesquisa no google por "terrário"dá pra ver muita coisa interessante. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nova existência para um banco velho


Tecido colorido, cola branca e pincel. Cara nova para o banquinho velho que estava jogado pelos cantos aqui em casa! A idéia foi criar um canto perto da janela para abrigar algumas suculentas. Se por acaso as gordinhas não se adaptarem ao ambiente, o banco poderá servir de criado, apoiar um abajur, livro de cabeceira, celular... Enfim, ele poderá ser várias coisas além de um simples banco :)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

alma das coisas

58.


O ambiente é a alma das coisas. Cada coisa tem uma expressão própria, e essa expressão vem-lhe de fora. Cada coisa é a intersecção de três linhas, e essas três linhas formam essa coisa: uma quantidade de matéria, o modo como interpretamos, e o ambiente em que está. Esta mesa, a que estou escrevendo, é um pedaço de madeira, é uma mesa, e é um móvel entre outros aqui neste quarto. A minha impressão desta mesa, se a quiser transcrever, terá que ser composta das noções de que ela é de madeira, de que eu chamo àquilo uma mesa e lhe atribuo certos usos e fins, e de que nela se reflectem, nela se inserem, e a transformam, os objectos em cuja justaposição ela tem alma externa, o que lhe está posto em cima. E a própria cor que lhe foi dada, o desbotamento dessa cor, as nódoas e partidos que tem - tudo isso, repare-se, lhe veio de fora, e é isso que, mais que a sua essência de madeira, lhe dá a alma. E o íntimo dessa alma, que é o ser mesa, também lhe foi dado de fora, que é a personalidade.


Acho, pois, que não há erro humano, nem literário, em atribuir alma às coisas que chamamos inanimadas. Ser uma coisa é ser objecto de uma atribuição. Pode ser falso dizer que uma árvore sente, que um rio “corre”, que um poente é magoado ou o mar calmo (azul pelo céu que não tem) é sorridente (pelo sol que lhe está fora). Mas igual erro é atribuir beleza a qualquer coisa. Igual erro é atribuir cor, forma, porventura até ser, a qualquer coisa. Este mar é água salgada. Este poente é começar a faltar a luz do sol nesta latitude e longitude. Esta criança, que brinca diante de mim, é um amontoado intelectual de células - mais, é uma relojoaria de movimentos subatómicos, estranha conglomeração eléctrica de milhões de sistemas solares em miniatura mínima.
Tudo vem de fora e a mesma alma humana não é porventura mais que o raio de sol que brilha e isola do chão onde jaz o monte de estrume que é o corpo.
Nestas considerações está porventura toda uma filosofia, para quem pudesse ter a força de tirar conclusões. Não a tenho eu, surgem-me atentos pensamentos vagos, de possibilidades lógicas, e tudo se me esbate numa visão de um raio de sol dourando estrume como palha escura humidamente amachucada, no chão quase negro ao pé de um muro de pedregulhos.
Assim sou. Quando quero pensar, vejo. Quando quero descer na minha alma, fico de repente parado, esquecido, no começo do espiral da escada profunda, vendo pela janela do andar alto o sol que molha de despedida fulva o aglomerado difuso dos telhados.


Bernardo Soares - Livro do Desassossego 

domingo, 8 de abril de 2012

No quintal

Enfim sobra um tempo para dispensar com meu pequeno jardim. Essa semana as suculentas (minhas preferidas) trocaram de casa. Quero misturar várias espécies no mesmo vaso e experimentar a combinação de cores e texturas diferentes.